Que as eleições de 2018 são uma grande incógnita, isso já deu pra perceber. Entre uma pesquisa e outra, os cenários são cada vez mais instáveis, havendo consideráveis diferenças nas pesquisas. Essa fase da política brasileira se deu, principalmente, após desdobramentos da operação lava-jato, considerada uma das maiores operações deflagradas no país, com maior recuperação de ativos da história, onde restaram descobertos vários esquemas de corrupção e seu funcionamento organizado em meio à relação público e privada.
Nesta premissa, houve-se um chamado “despertar” do povo brasileiro, que se vê farto da enorme monta de impostos e cansado da péssima educação, saúde, segurança e demais direitos básicos, que são prestados de maneira completamente deficitária pelo Estado, que se encontra sucateado em meio a tantas verbas desviadas e perdidas para a corrupção.
Como se sabe, vivemos o chamado Estado Democrático de Direito, ou seja, uma democracia na forma representativa, não sendo mais que o poder que emana do povo por meio de representantes, através do voto, direto e secreto, ocorrendo as eleições periodicamente. Junto com a democracia, vieram direitos e garantias fundamentais, como liberdade de expressão, de religião, proteção legal e oportunidade de participar da vida política, cultural, econômica e social da sociedade.
Diante de tais informações, já de amplo conhecimento, nota-se estranheza ao identificar que se têm amor pela democracia mas se odeiam os políticos (representantes do povo), fato grave que afeta, em muito, o desenvolvimento do país; as políticas públicas na forma geral, ante ao desinteresse, ante a intolerância, ante a ausência de clareza do próprio povo, de quem, em tese, se emana o poder.
Dias atrás, em uma rede social, presenciei o seguinte comentário: “Poderia haver um botão onde se excluiriam todos os corruptos”. Nota-se como a clareza do real sentido da democracia encontra-se perdido em meio a intolerância, é ela mesmo quem garante esse “botão” e ele se dá nas urnas, nas eleições, no momento do voto.
É necessário entender que democracia e a pluralidade política andam juntas, de mãos dadas, reconhecendo a diversidade, não havendo o que se falar em imposição intolerante de ideias. Todos são livres, essa é uma garantia constitucional. Pensar diferente é retroceder ao regime ditatorial.
Relembra-se que a política nada mais é que conjectura do povo para organização de questão internas de administração, organização e diretórios das quais todos os cidadãos deveriam se interessar e exercer direito de participação. Porém, todo esse processo, sofre, atualmente um enorme desvirtuamento, já que pouco se acredita na lisura, na ética e na seriedade dos governantes.
Por fim, mas não menos importante, é indispensável à análise crítica e sistemática para identificação dos pontos falhos, sendo certo que todas as conquistas históricas brasileiras contribuem para o caminhar da nação, mas, NÃO se trata de uma conquista eterna, pois pode sofrer interferências.
Os tempos são difíceis, mas, proteger a pluralidade política de ideias, inclusive nestas eleições, é indispensável para manutenção e preservação da democracia.